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A postura que Maria assumiu durante sua vida é exemplo para a humanidade

Certo dia, durante uma reunião com a juventude paroquial, perguntaram ao padre Teófilo se tinha uma figura bíblica de referência para sua jornada missionária. Sem hesitação, o velho missionário respondeu: “Desde quando era jovem, adotei Maria como exemplo inspirador para minha vida. Para mim, ela é a mulher dos três ‘s’”.

Maria do sim
Explicou: “O primeiro ‘s’ está por ‘sim’. Maria é a mulher do ‘sim’ sem retorno: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a vossa Palavra’ (Lc 1,38), respondeu ao Anjo. Com certeza, cada dia, diante de inúmeros desafios, ela teve que renovar aquele ‘sim’. Engana-se quem atribui a Maria uma postura passiva diante da voz divina. Muito pelo contrário. Ela tomou em mãos sua liberdade e a direcionou para Deus. É bonito dizer sim a Deus, do jeito que Maria fez. Experimenta-se a alegria de pertencer-Lhe. Há felicidade maior que essa?”.

Maria do serviço
Acariciando sua longa barba, padre Teófilo continuou: “O segundo ‘s’ está no serviço. Maria é, também, a mulher do serviço. Depois da Anunciação, não ficou de braços cruzados ou acomodada em casa. Apressadamente, isto é, sem perder tempo, foi até a parenta Isabel, também grávida, para servi-la (cf. Lc 1,39-40). Uma fé viva exige serviço, porque uma fé sem as obras está morta (Tg 2,17). Conforme proclamou no Magnificat, Maria acreditava no Deus dos pobres e excluídos, sempre ao lado dos necessitados e jamais aliada dos que se acham grandes e anulam os outros (cf. Lc 1,46-55). Portanto, não podia agir de outra forma a não ser colocando-se a serviço dos que precisavam de ajuda. Servimos porque cremos”.

Maria do silêncio
Outro jovem disse: “E agora, padre, nos explique o terceiro ‘s’”. O padre Teófilo respondeu: “Refere-se à palavra ‘silêncio’. Maria, de fato, é a mulher do silêncio. Guardava tudo e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19). Aqui, não se trata de ausência de palavras, mas de algo mais profundo: o silêncio interior. Às vezes, é como se vivêssemos na periferia de nós mesmos, distraídos por mil coisas. Deus passa na nossa vida e não nos damos conta. A mesma coisa acontece com os outros. Vivenciamos superficialmente a relação com Deus, com os outros e até conosco. Maria nos ensina a ir em profundidade. Necessitamos de tempo, porque não é automático. Quanto barulho ao nosso redor e dentro de nós! Dia após dia, precisamos aprender a lição do silêncio de Maria, para saber interpretar os fatos da vida, ser protagonistas dos acontecimentos e reconhecer o que Deus quer escrever, junto conosco, na história”.

(por Francisco Sorrentino)